quinta-feira, 21 de julho de 2011

Carta de separação

Guarde segredo que te quero. O que predomina neste momento é um sentimento de fraqueza. Uma melancolia moderada, talvez um breve ódio, e até uma nostalgia boa. Exato foi a vida que tivemos, assim como a morte que derradeiramente foi se sucedendo com o tempo. Passaram-se todas as estações. Passaram-se todos os dias de sol, e todos os dias de chuva também. Passaram-se todas as emoções e boas lembranças de um espaço perdido em minha mente. De qualquer maneira ainda existe algo pra acreditar. Ainda existe um ponto invisível que é tão claro e nítido para mim. Sei que isso passa. Não sou mais tão romântico ao ponto de acreditar que o até então essencial não possa ser dissolvido com um pouco de lavagem na fonte do bom senso, mas acredite, não desejo isso. Aliás, não desejo muitas coisas como antes, e sei que não estou sendo incrédulo da boa vontade de teu ser, por apenas saber reconhecer fielmente a própria liberdade de felicidade que tanto defendo. Pois bem, desejo a ti um belo caminho a trilhar assim como continuarei com minha busca pelo meu auto-reconhecimento. Espero que as próximas pessoas ditas eternas em tua vida, sejam tratadas com esta mesma eternidade que infelizmente não foi possível entre nós.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Visão de fora

Algo foi implantado na mente daquele que jamais devemos pronunciar o nome pelo simples fato de ser estúpido demais para merecer atenção. Sabe que é diferente, e sabe que não é especial apenas por ser especial, sabe que seus traços sinuosos e escrotos pairam no ar do cérebro oco de um outro coitado qualquer, e que será visto como puro e inquestionável. Sabe bem demais esse ser estúpido! Sabe liderar outros coitados, sabe cativar e manipular esses outros coitados, sabe até falar esse ser estúpido! Sabe que é bom demais pra se achar estúpido. É um ser divino. Porém, se questiona mesmo assim. Todos sabemos o quanto não é de se esperar muito de uma criatura dessas, e todas as sua indagações são concluídas e temos um resultado que será constante durante toda sua existência. Esse resultado indica sua completa estupidez. Não é cômico? O ser que não merece nossa atenção se questiona para fugir do resultado que ele já conhece, mas não quer acreditar. Coitado. Isso que ele é. assim como os outros, e assim como todos igual a ele. Seria apropriado gastar nossa paciência tentando explicar para essa coisa que mesmo com um diferencial implantado na mente não haverá nada que possa lhe conceder o almejado título de outra coisa, a não ser esse ser estúpido que ele é? Sei que não gosta de escutar isso, mas o que ele poder fazer? É apenas uma bosta de um ser humano.

domingo, 3 de julho de 2011

Por favor, não funcione.

Sinto as paredes me engolirem enquanto me calo sob o infinito zumbido agudo que vem de dentro de minha cabeça. Não sei se já conseguiu escuta-lo alguma vez, pois apenas em um estado próximo do silêncio podemos percebe-lo, aliás, sabia que este mesmo zumbido é o responsável por determinar o fato que o silêncio não existe? Mesmo que o mundo acabasse com todos os ruídos existentes, ainda assim não é possível fugir dessa nota aguda que fica soando constantemente vindo de nossa cabeça. Acho que vale a pena você tentar escutar algum dia. 
Por mais que nada esteja em movimento, neste lugar não sou capaz de me amnesiar, deixar que a festa deixe de ser festejada, deixar que tudo se quebre e transforme-se em grãos de poeira. Não, o mesmo lugar de onde vem a nota aguda insiste em não me deixar desligar do mundo quadrado que me foi concedido, não que ele seja de meu mérito, agora adoraria dizer que tanto faz, mesmo que por poucos instantes. Posso pensar que esse som representa o barulho de um motor ligado, assim como as maquinas ligadas, na qual estamos acostumados a conviver no nosso dia-a-dia. Poderia ser uma maneira de enviar para nosso corpo dizendo que esta tudo bem, e que a maquina esta ligada e cumprindo a sua função com sucesso.  E isso não necessariamente é algo bom.
Paro pra reparar nas malditas paredes novamente, tão falhas, tão humanas, tão condenadoras de um sonho com limites. Um lugar onde o topo de um prédio é capaz de tocar o céu. Meus Deus, como vim parar aqui? Estou longe de casa. Essa é minha casa temporária, cai nela, mas não é meu lar. Deixo de pensar por alguns instantes. Me sinto em paz. A nota aguda voltar a soar quando não há mais o pensar, e assim volto a me lembrar das paredes, e de tudo que eu gostaria de esquecer. Sou falho, e tenho uma falha perfeitamente dominada, assim como uma boa maquina deve ser.